Um bom exemplo é o personagem Obelix quando no filme com live action foi representado por Gerard Depardieu
A comparação fica visível de quando o desenho de humor “redesenha” os conceitos de anatomia para dar mais graça e plasticidade visual. No caso o personagem Obelix no filme live action interpretado por Gerard Depardieu ficou excelente da cintura para cima, seu nariz bem arredondado e suas feições de maneira geral combinaram bem, mas da cintura para baixo complicou, mesmo que tenham feito um enchimento no abdome para deixar semelhante ao personagem, suas pernas longas estragam a estética original.
Observem que o “conceito do grande” no desenho que abre o artigo é do abdome para cima e mesmo assim, no tronco do personagem, o barrigão é evidenciado e o tórax pequeno, criando uma variedade de formas, uma maior e outra menor e as pernas? Pequenas, não tinha necessidade nenhuma de obedecer um conceito anatômico convencional, o seu tronco, braços grossos já criam a sensação de que lidamos com um indivíduo forte, grande, claro que nas histórias ele já é grande comparativamente com as outras personagens, por isso o desenhei isolado, ele, por si só já passa a ideia de ser uma figura forte e isso é o bom no desenho de humor, poder alterar um padrão anatômico usando conceitos de artes plásticas, nesse caso é brincar com a variedade no caso de dimensões, uma maior, outras menores como um exemplo prático aplicado no quadro de Vassily Kandisky, Círculos em um círculo, onde a unidade foi preservada pelas formas circulares mas a monotonia de ver formas repetidas foi quebrada pela variedade das dimensões das imagens.
Mais uma vez podemos usar esse conceito também no rosto, quando desenhos uma caricatura poder aumentar um nariz, uma papada, mas não aumentarmos tudo, mas “brincar” com a variedade e também contrates.
Na primeira figura o desenho original, na segunda foram alteradas as proporções, aumentado os olhos, a papada, a orelha, diminuído o nariz, ou seja gerando um desenho monótono ao nivelar as dimensões de suas partes.
Ou seja, ao redesenhar um corpo, um rosto, tenha sempre esse conceito da variedade dos elementos compositivos e terá um resultado agradável.
