
Porto Alegre — 31 de outubro a 16 de novembro de 2025
A presença dos quadrinhos voltou a se destacar na 71ª Feira do Livro de Porto Alegre, evento reconhecido como a maior feira literária ao ar livre da América Latina. Mesmo sem uma listagem oficial reunindo todos os lançamentos de HQs, o circuito de atividades mostrou uma cena vibrante — dos independentes às publicações de caráter histórico.
GibiTri abre a presença dos quadrinhos: independência e experimentação (01 e 02/11)
A programação voltada para HQs começou cedo, com o GibiTri — Oscar Kern, realizado nos dias 1 e 2 de novembro. O espaço reuniu autoras e autores independentes, coletivos e editoras artesanais, transformando o ambiente em um ponto de encontro entre artistas e leitores.
Foram dois dias de lançamentos, venda de zines, originais, prints e conversas diretas com o público — reforçando a importância da produção local e a vitalidade do quadrinho como forma de expressão contemporânea.

Lançamento de destaque: “Sepé Tiaraju — O índio, o homem, o herói” (11/11)
O principal lançamento relacionado aos quadrinhos na Feira ainda está por acontecer.
No dia 11 de novembro, acontece a sessão de autógrafos da HQ
“Sepé Tiaraju — O índio, o homem, o herói”, no estande do Senado Federal.
A obra integra as ações oficiais alusivas aos 400 anos das Missões Jesuíticas Guaranis e revisita a trajetória de Sepé Tiaraju — líder indígena, símbolo de resistência e personagem histórico do Rio Grande do Sul. A publicação combina rigor histórico, narrativa visual e caráter educativo.
O lançamento reforça que a Feira do Livro vai além da literatura, abrindo espaço para projetos que unem memória, cultura e identidade através da linguagem dos quadrinhos.
Encerrando o panorama: “Vida em Marte” marca presença entre os leitores
Fechando o recorte dos quadrinhos na 71ª Feira, a HQ
“Vida em Marte”, de Christian David e Flávio Soares, publicada pela editora Casa do Lobo, ganhou destaque durante o evento.
Embora o lançamento oficial tenha ocorrido anteriormente na Casa de Cultura Mario Quintana, o álbum retornou ao circuito da Feira por meio da divulgação da editora e do contato direto com leitores. É um trabalho que combina ficção, cotidiano e sensibilidade — exemplo da diversidade de temas presentes na produção brasileira atual.
Quadrinhos: parte do cenário, não coadjuvantes
A Feira do Livro de Porto Alegre consolida, mais uma vez, os quadrinhos como parte essencial da programação cultural da cidade. Entre independentes, editoras e projetos institucionais, a cena mostra força e variedade:
- espaço para novos autores e zines,
- projetos históricos e educativos,
- editoras que apostam na linguagem dos quadrinhos para dialogar com novos públicos.
Não é mais possível falar da Feira sem falar das HQs.
Em Porto Alegre, quadrinhos são literatura — e são encontro.
