
Em desenho de personagem de animação, quadrinhos e ilustração, embora eu use muito nos desenhos de charges e também seja amplamente usada no desenho de cartum.

Usamos a cabeça como unidade de medida, é como uma unidade tipo centímetro, mas não é rígida, pode variar de acordo com o tamanho da cabeça, pode ser uma cabeça grande, mas será sempre três, mas mesmo dentro do desenho a proporção pode variar de acordo com o estilo que quisermos desenvolver, então temos que:
- Personagem realista → 7 a 8 cabeças de altura
- Cartoon infantilizado → 3 a 4 cabeças
- Estilo chibi / superdeformed → 2 cabeças


Mas vamos dar foco no modelo 3 cabeças é o meio-termo entre infantil e cartoon:
– cabeça grande, tronco reduzido, pernas curtas, expressividade exagerada.
Quando essa tendência se consolidou?
No final dos anos 1960 e início dos anos 1970 essa estilização se cristaliza na animação comercial, mais precisamente entre 1968 e 1971, quando estúdios começaram a padronizar o corpo infantil em 3 cabeças nos seguintes desenhos:
| Ano | Produção / Estúdio | Característica visual |
| 1960 | Peanuts (Bill Melendez / Charles Schulz) – TV | Personagens com proporção entre 2,5 e 3 cabeças |
| 1970 | Mônica e Cebolinha / Maurício de Souza | A turminha se consolida no mercado |
| 1971 | The Pebbles and Bamm-Bamm Show | Infância, mas mantendo proporções reduzidas e cabeças maiores, mesmo no universo dos pais com outra proporção |
Embora Peanuts (1950 como tiras) já tivesse proporções exageradas, a animação para TV nos anos 1960–1970 consolidou essa estética como padrão de “personagem infantil”.
Hanna-Barbera e depois estúdios japoneses (Toei Animation) começam a adotar essa linguagem para:
- reduzir custo de animação (menos detalhes → mais fluidez),
- aumentar empatia (cabeça grande = mais expressão).




Por que funciona tão bem?
Porque cabeças maiores ativam o que chamamos de “efeito neotenia”
— nossa tendência biológica a achar fofo tudo que lembra bebê, e essa tendência de desenho inconscientemente nos faz lembrar as proporções de uma criança.
(olhos grandes, cabeça grande, proporções pequenas).
É a psicologia mais a linguagem visual.
